Federação Kavadi Lusitana
O Kauhaddo é o jogo
da apanha ou da apanhada e é actualmente um desporto nacional lusitano.
Este jogo é uma espécie de luta colectiva de apanhar ou agarrar
o adversário. A palavra lusitana Kauhaddo significa
"até ao fim da apanha" ou "até
ao limite do orgulho" segundo outro sentido ou interpretação
das palavras. Ele é um jogo muito antigo, que se praticou à
muitos séculos na Lusitânia livre e independente antes da chegada
dos romanos e muito antes da ocupação portuguesa das Terras
Lusas. Ainda hoje, em todo o território da Lusitânia e na maioria
das regiões de Portugal, as crianças filhas do povo (muito raramente
os filhos da burguesia portuguesa o praticaram) se praticam diferentes versões
simplificadas deste jogo, popularmente chamado de jogo da apanhada ou da apanha
(o nome pode depender de região para região). Na verdade esta
versão moderna e simplificada praticada por crianças em toda
a Lusitânia e em Portugal é uma reminiscência do antigo
jogo nacional lusitano, o Kauhaddo, que na origem e nos tempos antigos era
praticado principalmente por homens adultos e não apenas por crianças
como acontece hoje. Contudo à alguns anos atrás a ACEL-Trebopala
resolveu recriar (à semelhança de outros jogos nacionais lusitanos
que estão em fase de estudo) também este antigo jogo nacional
lusitano que esteve adormecido durante tantos séculos, para a comunidade
nativa lusitana, ou seja, pretendemos devolver ao povo lusitano o que sempre
foi dele. Foi só neste ano de 2010 que finalmente se conseguiu instituir
ou fundar uma federação lusitana para o Kauhaddo.
O Kauhaddo lusitano, moderno e readaptado às nossas
realidades e exigências, tem contudo muitas semelhanças com um
desporto muito semelhante praticado no sul da Ásia, mais exactamente
no subcontinente Indiano e nos países vizinhos, estendendo-se até
ao sudeste asiático, esse jogo (que também tem várias
versões e denominações nacionais, regionais e desportivas)
é o Kabaddi (Kabadi, Kavadi, Kavesi ou Ha-du-du, Do-Do, Gudo, Techib,
etc...). Contudo registe-se que apesar das semelhanças entre o Kauhaddo
lusitano e o Kabbadi internacional (Indo-persa ou sul-asiático), este
desporto não é o mesmo, são diferentes e têm as
suas próprias regras, muito embora sejam semelhantes, devido à
remota origem comum que têm por este jogo ter sido inventado e praticado
essencialmente por povos Indo-arianos. Devido a este facto, a Federação
Kavadi Lusitana (Goinomixun Kauhaddo Leukuir de
nome oficial) organiza jogos competitivos mas informais onde se incluem e
distinguem estas duas versões, o Kauhaddo lusitano
e o Kabaddi internacional. Muitos jovens (e menos jovens também) da
comunidade nativa lusitana, têm participado em jogos e torneios particulares
de demonstração organizados pela ACEL-Trebopala e pela (agora)
Federação Lusitana de Kauhaddo ou do jogo da apanha. Espera-se
que no futuro, e à medida que for crescendo o número de praticantes
amadores deste jogo (ou destes dois jogos integrados numa mesma federação
mas com regras e concursos diferentes), se oficialize um campeonato nacional
lusitano para o Kauhaddo. Saliente-se de que o nome oficial
da entidade que rege este desporto nacional lusitano é Goinomixun
Kauhaddo Leukuir, em língua lusitana. O nome da nossa federação
traduzido para português é provisório, escolheu-se por
agora o de Federação Kavadi Lusitana (como se poderia
escolher Federação do Jogo da Apanha Lusitano ou Federação
Kauhaddo Lusitano ou até a versão mais internacionalmente
conhecida de Federação Kabaddi Lusitana). Como a nossa
federação é a única entidade na Lusitânia
que representa estes dois desportos, nós entendemos que a palavra Kavadi,
de forma geral e abrangente, é aquela que melhor identifica em língua
portuguesa estes dois diferentes jogos, o Kauhaddo tradicional
lusitano e o Kabaddi desportivo internacional. Contudo, quando em competição
e torneiros, na tradução para a língua portuguesa, estes
dois jogos terão de ter obrigatoriamente os seus nomes originais discriminados:
Kauhaddo e Kabaddi.
Algumas Regras principais do jogo nacional lusitano
Ao contrário do Kabaddi internacional (e das suas outras duas variantes mais praticadas: o Kabaddi de praia e o Kabaddi circular), o Kauhaddo lusitano pratica-se em um campo desportivo de 10 m x 20 metros (o campo pode ser pelado, relvado, de terra batida, de areia, alcatroado, almofadado ou de outro tipo qualquer, depende das condições). E é jogado oficialmente por duas equipas de 8 jogadores cada uma. O número de suplentes é também de oito reservistas. Em muitos jogos não regulamentados e informais, o número de jogadores e suplentes pode variar, para mais ou para menos, dependendo do número de jogadores disponíveis ou do que se tenha acordado previamente entre as duas equipas. Antes do jogo começar propriamente, tem lugar uma cerimonia ou um ritual tradicional de cerca de 1 minuto, onde ambas as equipas lusitanas têm de fazer uma dança com cânticos marciais, o nome do ritual é o Viroinache que é traduzível por a "dança dos bravos". Tradicionalmente, o jogo acabava só após todos os jogadores terem jogado uns contra os outros. hoje contudo, de forma a regulamentá-lo oficialmente, foi decidido que a duração do jogo é 1 hora com duas partes de 30 minutos cada, onde no tempo de intervalo as duas equipas terão de trocar os lados do campo onde jogam.
De forma resumida explicam-se aqui as principais regras do jogo. O objectivo do jogo é capturar o máximo de adversários agarrando-os, tocando-os ou derrubando-os. A equipa que mais adversários capturar (e pontos conseguir) ganha o desafio. Para se fazer isso uma equipa envia um "atacante" ao campo do adversário e depois regressar ao seu campo. O que é feito à vez e alternadamente pelas duas equipas. Os jogadores capturados saiem do jogo e ficam "prisioneiros" num canto do jogo, a que se dá o nome de "coito". Durante o ataque, que nunca dura mais de um minuto, o atacante deve suster a respiração e cantar ininterruptamente "hado-do, hado-do, hado-do..." até ao fim. Se o atacante tocar com ambas as mãos no peito ou na barriga do adversário tem de dizer "gara", mas se o derrubar no solo tem de agarrá-lo durante dez segundos ou repetir a palavra "gara" dez vezes. Se não o fizer, a interrupção do canto ou um engano da palavra correcta, pode determinar a eliminação do atacante ou a perda do ponto. Quando um jogador é derrubado o árbitro tem de gritar Kaŝari ou mão segura, e sem interromper o jogo.
Por sua vez, os defensores, não podem tocar nos
adversários nem cantar e têm todos de fazer uma corrente
de mãos dadas até ao fim do ataque. Se a corrente for quebrada
os defensores perdem um ponto. Excepto o defensor atacado que tem de ter
as mãos livres. E quando o atacante pretende voltar ao lado do
seu campo, aí o defensor tocado poderá correr atrás
do atacante adversário, tentar agarrá-lo e se o conseguir
deverá cantar "gara" durante dez vezes ou segundos. Enquanto
um atacante invade o campo adversário, os defensores devem dar
as mãos entre si (para não chocarem entre eles) e formar
uma barreira ou corrente de forma a também cercarem o atacante
e/ou impedir o atacante de atacar um seu colega de equipa defensor mais
fraco. Neste jogo é expressamente proíbido esmurrar, pontapear,
morder, cabecear, tirar olhos ou outro tipo de violência que ponha
em causa a integridade física do jogador. Se um atacante ou defensor
sair de fora do rectângulo de jogo, é excluído e sai
do jogo. A pontuação dos jogos oficiais (os jogos tradicionais
podem terem outras variantes regulamentares) é determinada da seguinte
forma:
1) Quando o atacante toca com ambas as mãos no peito dum defensor
rival, sem sair do campo de jogo que está invadindo e sem deixar
de gritar "hado-do" continuamente, ganha um ponto. 2) Se o atacante
em vez de apenas tocar, conseguir agarrar e deitar ao chão o defensor
seu adversário, ganha dois pontos. 3) Depois de o atacante conseguir
tocar ou derrubar um defensor adversário deve voltar à linha
central do campo (que divide os dois lados das duas equipas) de onde partiu,
se o conseguir ganha mais um ponto. 4) É imprescíndivel
que o atacante (e só o atacante) cante continuamente, porque em
caso contrário perde e não ganha pontos. 5) Um defensor
depois de tocado ou derrubado, pode tentar tocar, impedir ou agarrar o
seu atacante rival impedindo-o de voltar à linha central, se o
conseguir ganha também um ponto. 4) Os outros defensores não
tocados nem derrubados pelo atacante, poderão ajudar o defensor
tocado ou derrubado, impedindo ou atrasando o atacante de voltar ao meio
do campo, os defensores deverão estar de mãos dadas mas
nunca poderão tocar no atacante. Qualquer jogador (seja atacante
ou defensor) que sair do espaço do jogo é excluído
ou perde um ponto. Dependendo do tipo de jogo, se é oficial ou
tradicional jogado de forma informal.
Ganha o jogo a equipa que tiver mais pontos ou jogadores em campo. Normalmente, nos jogos oficiais e porque existe um limite de tempo ganha a equipa que tiver mais pontos, mas nos jogos tradicionais, onde as regras podem ser combinadas previamente, ganha a equipa que tiver mais jogadores em campo e joga-se até à exclusão total da outra equipa, quando os seus jogadores estiverem já fora do campo de jogo eliminados. Nestes jogos e porque é exigido algum esforço físico, há escalões de peso e etários nos jogos oficiais. Naturalmente que nos jogos informais e tradicionais isso já não acontece. Nos jogos oficiais tem de no mínimo haver um árbitro, dois assistentes (um em cada lado do campo) e um juíz encarregado do tempo na posse do cronómetro (este, se não houver uma pessoa para esta função, também poderá estar encarregado da pontuação e do marcador durante o jogo). Nos jogos informais, exigia-se pelo menos um árbitro, mas muitas vezes nem isso acontece, as própria equipas estarão atentas ao cumprimento das regras previamente combinadas, sem perigo de influenciar o resultado ou as jogadas. Neste jogo tradicional lusitano, existe um código de honra que nos ensina a perder e a ganhar com lealdade e respeito pelo adversário, não há lugar para batoteiros ou traidores do jogo. Como infelizmente acontece na sociedade materialista e sem valores morais e nos jogos profissionais de hoje.